pcp.png

O PCP-Madeira emitiu uma nota de imprensa onde se solidariza com a tomada de posição da Associação Sócio-Profissional da Polícia Marítima (ASPPM) sobre a decisão do Governo da República de colocar um agente da Polícia Marítima nas Ilhas Selvagens.  O PCP reconhece "a justeza e assertividade das críticas apontadas por aquela entidade, solidarizando-se assim com as razões invocadas pelos profissionais daquele corpo policial para discordar da pretensão governativa".

Não obstante o facto de reconhecer "a importância daquele espaço territorial do Arquipélago da Madeira, pelo valor ambiental, ecológico e estratégico que assume no âmbito nacional e europeu, importância essa que o PCP sempre destacou e valorizou, e de saudar o importante papel desempenhado pelos vigilantes da Natureza que ali desempenham funções e que muito têm feito para garantir a integridade e a defesa daquela que é a primeira Reserva Natural instituída como tal no nosso País", os comunistas madeirenses consideram que a pretensão do Governo da República de ali colocar em regime permanente um agente da Polícia Marítima, "alegando a necessidade de afirmação da presença do Estado, mais não é do que uma torpe tentativa de tapar o sol com a peneira, de escamotear a gritante falta de meios humanos, técnicos e logísticos para um digno e efectivo exercício das funções que estão atribuídas à Polícia Marítima, e que se estende a outras entidades que desempenham tarefas no âmbito da fiscalização, patrulhamento, vigilância e defesa da Zona Económica Exclusiva do nosso País e, nomeadamente, do Arquipélago da Madeira (a que se juntam igualmente as actividades de vigilância costeira e monitorização das infraestruturas marítimo-portuárias da Região), como é o caso da Marinha, da Força Aérea e da Guarda Nacional Republicana".

Para o PCP, "dada a localização da Região Autónoma da Madeira, e tendo em conta não apenas a extensão da sua Zona Económica Exclusiva mas também a importância do Mar, aos mais diversos níveis, para esta região insular, os meios actualmente disponíveis e atribuídos às entidades sedeadas neste Arquipélago são manifestamente insuficientes para fazer face à envergadura das responsabilidades exigidas ao Estado no que a este assunto diz respeito".

Por isso mesmo, consideram os comunistas madeirenses, "destacar um agente em permanência para as Ilhas Selvagens, um espaço desabitado, inóspito, isolado, não irá, per se, reforçar a soberania do Estado Português naquela área; a ir por diante, o Governo mais não está a fazer do que minimizar, negligenciar até, o papel e a importância de uma entidade de incontornável valor no quadro da segurança e da investigação, e cujas tarefas assumem particular relevância tendo em conta a extensão da nossa costa e da nossa Zona Económica Exclusiva".

E prossegue: "Como afirma a ASPPM, colocar ali compulsivamente um profissional daquela força, expondo-o a todo um conjunto de situações e factores de potencial risco humano e de segurança, afigura-se mais como uma pena de desterro digna de um qualquer romance de cordel de corsários e piratas do que à real rentabilização do importante papel e das especiais capacidades da Polícia Marítima, especialmente porque tal pretensão do Governo é decidida e anunciada à revelia da associação sócio-profissional que representa os agentes da Polícia Marítima, o que representa não apenas uma grosseira falta de tacto, mas, ainda mais grave e inconcebível, uma clara violação da lei, que obriga à auscultação prévia das entidades representativas, no quadro do regime de exercício de direitos do pessoal da Polícia Marítima (Lei n.º 53/98, de 18 de Agosto). Um erro crasso deste tipo, ainda para mais cometido pelo próprio Governo, é imperdoável e os agentes da Polícia Marítima têm todas as razões para contestar tamanha falta de respeito pela legalidade e pela sua classe."

"São situações como esta que revelam uma profunda falta de atenção e de sensibilidade das entidades governativas para com as forças de segurança e policiais, seja qual for a sua área de intervenção e tutela, que desempenham papéis de vital importância para o nosso País", adianta a nota de imprensa.

Face a esta situação, "o PCP/M reafirma a sua solidariedade para com a Polícia Marítima, o seu corpo de agentes e a sua Associação Sócio-Profissional representativa", e, através do Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República, "irá questionar o Governo Central não só sobre esta exdrúxula pretensão e a manifesta ilegalidade decorrente da não auscultação prévia da ASPPM neste processo, mas também sobre os impactos que a falta de meios humanos, técnicos e logísticos acarreta para a qualidade e desempenho das tarefas da responsabilidade do Estado Português no que à fiscalização, patrulhamento, vigilância e defesa da Zona Económica Exclusiva da Região Autónoma da Madeira concerne".

Diário de Notícias da Madeira, online, 08JUN2016

http://www.dnoticias.pt/actualidade/politica/592671-pcp-questiona-governo-da-republica-sobre-colocacao-da-policia-maritima-n

 

Partilhar este artigo?

Submit to DeliciousSubmit to DiggSubmit to FacebookSubmit to Google PlusSubmit to StumbleuponSubmit to TechnoratiSubmit to TwitterSubmit to LinkedIn

Comentar

Código de segurança
Atualizar