Oficialmente, a manifestação foi dada como terminada às 21h40, mas milhares de polícias mantiveram-se à frente do Parlamento durante mais algum tempo. O INEM teve de assistir dez pessoas - seis polícias em serviço e quatro manifestantes. Foram detidos para identificação dois manifestantes.
Os polícias ainda não são robôs, têm vida e essa vida tem de ser vivida com dignidade.
No dia 6, os profissionais das diversas polícias manifestaram o seu desagrado com as políticas do Governo que têm consequências nefastas na vida dos polícias.
O Governo tem de olhar para o interior das polícias com realismo, tem de olhar para os problemas socioprofissionais com a sensibilidade que merecem. Os polícias ainda não são robôs, têm vida e essa vida tem de ser vivida com a dignidade que um cidadão com responsabilidade de representação do Estado na área da segurança tem de ter.
Quando os Governos desvalorizam os problemas destes cidadãos/polícias vestidos desta autoridade e missão, estão a destruir mais um pouco da nossa sociedade, em suma, do nosso Estado. É isto que os polícias não podem aceitar, porque fragilizar a vida de um polícia é fragilizar a segurança de todos.
César Nogueira, da Associação dos Profissionais da Guarda, contabiliza entre "19 e 20 mil manifestantes", dados que diz ter confirmado junto da força policial que garantia a segurança do Parlamento. São números que vão ao encontro dos que a organização da manifestação antecipava. "Contávamos com mais participantes do que no protesto de Novembro. Tivemos quase o dobro".
A manifestação foi muito participada com toda a responsabilidade, porque existem razões concretas e são essas razões que não queremos perder, mas exigimos respostas. É isto que os polícias querem saber, como e quando o Governo resolve os problemas e que projetos tem para o futuro.
Paulo Rodrigues: “Queremos que esta manifestação tenha impacto. Tem de ter consequências [políticas]”
Os polícias, como patriotas que são, cantaram "A Portuguesa" com alma e coração. Todos nós esperamos respeito, todos nós esperamos respostas.